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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Os primeiros trabalhos na Elfje

Em Outubro de 2006, arrancámos em "excursão" para a Lelystad (Holanda) para os primeiros trabalhos de preparação da "Elfje" para a grande viagem, Holanda Lisboa.

Nesta primeira abordagem e com o barco a seco, focámos as nossas energias em preparar e pintar o casco com Antifouling (anti vegetativo):

Depois de limpo com uma poderosa máquina de lavagem a alta pressão, cortesia do estaleiro, aplicámos duas demãos de primário Empadur e uma demão de Antifouling de uso mercante International.



Nas obras mortas (parte emersa da embarcação) aproveitámos para limpar e tratar as zonas de corrosão mais críticas da seguinte forma:

Preparação da superfície - consiste em limpar a ferrugem já existente através de ferramentas com escova de aço, Dremel e lixas. O uso do Dremel mostrou-se ser bastante eficiente e cómodo nesta fase de limpeza, a superfície fica rapidamente liberta da ferrugem dando lugar ao aço. No entanto é importante o uso posterior da escova de aço ou lixa para de alguma forma "riscar" o aço cru, beneficiando a aderência da futura capa de protecção, conversor ou primário.

Preparada e limpa a superfície protegê-la quanto antes com uma demão de primário para ferro ou antes ainda com um produto chamado conversor de ferrugem (rust converter). Aplicando o conversor de ferrugem ficamos certos de que a reacção química que origina a oxidação do aço é retardada ao máximo ou mesmo anulada.
Depois aplicar as demãos de primário necessárias e finalmente as camadas de tinta (top coat).

Nesta fase onde se aplicam capas sucessivas de protecção no aço é de extrema importância seguir as instruções de aplicação descritas na embalagem, isto é, ter muita atenção às temperaturas ambiente e aos tempos de secagem entre capas. Tintas designadas para o uso marítimo (marine paints) dada a sua composição química proporcionam capacidades de protecção corrosiva prolongadas. Estas capacidades estão intimamente ligadas ao tempo de secagem dado entre mãos pois é durante esta fase que se dão as reacções químicas necessárias entre a nova capa, a capa anterior e o meio ambiente para proporcionar capacidades de protecção duradouras.

Outro factor em ter em conta nesta fase é a compatibilidade química das capas e sobre-capas. A regra é manter a marca das tintas e primários. Não que haja grandes diferenças entre marcas e composições químicas, mas como amadores que somos, mais vale prevenir que remediar, ou seja, minimizar os custos tanto quanto possível.

Outra regra tem haver com tintas mono e de 2 componentes. Começando com um tipo não se deve mudar. A diferença entre um e outro tipo refere-se à durabilidade e resistência ás intempéries, sendo as soluções de 2 componentes tintas mais robustas. A contra partida está no trabalho que requerem durante a preparação e aplicação, pois há que seguir à risca as proporções designadas pelo fabricante quanto a estas duas operações. Neste tipo de produtos um dos componentes tem função catalisadora acelerando as reacções químicas que ocorrem durante a secagem. Um dado a ter em conta na escolha de um ou outro tipo de produto tem portanto a ver com as condições atmosféricas durante a aplicação.



E como o tempo não deu para mais regressámos com imensos planos para continuar os trabalhos...
Afinal não é do pé para a mão que se faz uma viagem à vela da Holanda para Lisboa.


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